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sábado, 30 de novembro de 2013
CULTO AO GOZO.

CULTO AO GOZO.




Minh’alma traz fadigas sinestésicas

Que mastigam as dores, mas miméticas

Permanecem as causas dessa chaga

Chamada d’amor, sim tu és uma praga!

 

Das mesmas flores que bailam frenéticas

Fluem amargores, vertigens epiléticas

Que entorpecem os pudores no coito

Tornando seus membros rijos e afoitos.

 

Falos varonis que se digladiam

como espadas brutas a tintilar

punhetam-se firme até gozar.

 

Depois caem no chão. Secos. Esvaídos.

E nutrem-se ambos do leite dos corpos

Enxugam seus lábios e caem mortos.

 

 

Chico Carneiro

04/08/2013

13:05 hs...

 
sexta-feira, 29 de novembro de 2013
terça-feira, 26 de novembro de 2013
MARIPOSAS

MARIPOSAS



 
A noite saem
com perfumes caros
a sublimar o fedor das suas almas.
 
 
Roupas justas
Para não deixar escapar
a tristeza que as corroí.
Maquiagens coloridas,
a esconder o gris dos corações.

 
No rosto um ardente sorriso,
Disfarce...
De sua eterna melancolia.

 

Então, elas caem na esbórnia!

 

Bebem bebidas caras,
Fumam cigarros caros,
Cheiram cocaína cara,
E entregam ao outro
Seus corpos baratos...

 

Tornam-se objetos
E perdem o valor.
O valor humano,
O calor...
Entregam-se sem amor,
Apenas pelo prazer
De entregar,
Para assim ver
Seu vazio sublimar.

 

Depois de libidinosa noitada
E quentes amassos,
Voltam às suas moradas,
Ainda com gosto amargo:
na boca,
Com o corpo repleto
de porra
e uma alma vazia.

 

Então inicia-se um novo dia...

 

E a noite saem,
Com perfumes caros,
Roupas justas,
Maquiagens coloridas...
Sorrindo ao léu,
Rostos de porcelana...
Abraçando tudo que veem,
Chupando o máximo
Como um buraco negro estrelar
Vampirizando pessoas
Para o vácuo das suas almas
e a solidão dos corpos sublimar...

 

Pobres mariposas do mundo novo!

 

O que mais querem?
- Amor!

 

Por isso saem a caçar toda noite,
Em busca de amor,
Um amor que não conhecem,
Mas se veem nos filmes,
Nas novelas,
Ou sempre que ligam a TV.

 
Um amor líquido...
Que escorre pelas mãos
Assim como a porra
Que escorre de seus corpos!

 

[Carlos Dias 26/11/13 - 13:42]

segunda-feira, 25 de novembro de 2013
O CU

O CU

 
 
De todas as inspirações,
Entre todas as aspirações
Eu vos falo de um orifício
Que há muito tempo o tenho como ofício.
 
 
O cu que é um botão em flor
É necessário nas artes do amor
E necessário para uma boa vida
Pois esvazia as merdas das nossas tripas.
 
 
De uma vez por outra quando lembramos
Sentimos seus espasmos já anunciando
Uma cagada pronta para chegar
Ou uma boa lambida levar.
 
 
Se o lambes, causa em nós prazer infinito.
Penetra-lo, então, é gozo permitido.
Na Roma antiga era homem quem comia
E muito mais quem dava.
 
 
Hoje o cu é mais que cu...
 
 
O cu é o coelho na cartola da mulher menstruada,
 Satisfaz seu amante e evita a gozada
Que emprenha e a torna descartada
Dos homens que acham que comer um cu
É a suprema leitada!
 
 
Hoje o cu é mais que cu...
 
 
O cu é maravilhosamente democrático
Pois não há pobre que não tenha ao menos um
E rico que tenha quatro.
 
 
Todos nós temos um cu e o cu é o nosso elo
Para toda cagada lembrarmos o selo
Que irá nos carimbar
Quando a morte chegar.
 
 
Seremos todos bostas provindas do cu de Deus.
Bosta sacralizada e imunda
Saída da iluminada bunda
Do Deus que tem cu também.
 
 
Não é para menos que vivamos todos desse modo ridículo
Excluindo pessoas, escolhendo ritos...
Somos a merda do Deus perverso
Saída do maior cu do universo
 
 
Hoje o cu é mais que cu
 
 
Sinta seu cu e aprenda a ser mais humano
Todos nós somos bosta do mesmo penico.
 
 
Chico Carneiro
21/07/2013
19:31 hs...
sábado, 23 de novembro de 2013
segunda-feira, 18 de novembro de 2013
LA PETITE MORT

LA PETITE MORT



O corpo se perde
numa dança hipnótica,
A respiração perde o ritmo.
o contrair, o relaxar do corpo.
A harmonia é maestral.
a palavra se perde,
Torna-se apenas gemido.
volta-se a ancestralidade,
o estado bruto.
o instinto.

- O que importa?

- Apenas o prazer!

Dar prazer, sentir prazer.
Nada mais!
O mundo corre lá fora,
Mas aos dois,
não há outro mundo,
a não ser aquele.
Os corpos se entrelaçam,
se mordem...

Os movimentos se tornam bruscos,
frenéticos.
ouvem-se estalos...
A boca entumecida, grita.
Geme o mais alto brado!

A força se concentra.
O falo, se contrai pulsante,
Delira-se o corpo
O toque é prazer, 
Tudo é prazer!
Impera a lei de Thelema, 
''Seja feita a nossa vontade.''

O leite é derramado!
O leite da vida!
Fecunda o útero,
Que guardará a semente.
Até brotar da terra,
o broto da vida.

Lentamente tudo se torna azul.
os corpos se dissipam,
Involuntariamente.
Quebra se a tênue linha da ascese.
Não há mais nada,
apenas o silêncio eterno.

O corpo morre.
A morte o mata,
Até tudo renascer.


Carlos Dias [18/11/13 - 14:05]

domingo, 17 de novembro de 2013
DO AMOR

DO AMOR

 
 
Ao falar de amor,
Não há palavra certa
Qualquer palavra é palavra,
Dissipa-se no ar.
O amor não é verbo.
Como o perfume de uma rosa
Pode até ser sentido,
Mas nunca será descrito,
Para o desespero do poeta...
O amor apenas é.
Não se adjetiva,
Pois não se conta até o infinito.
Pode até calar-se a palavra
Mas nunca se calará o amor.
O eterno, o sublime,
O tudo, o nada...
Não! Não balbucie!
Assim então você poderá cantar,
Em completa harmonia,
A melodia do universo.
 
Carlos Dias [17/11/13] – 16:39
 
quinta-feira, 14 de novembro de 2013
ESTOU COM FOME

ESTOU COM FOME

 
Sinto fome!
Passo entre vielas, becos e esquinas.
Os olhos rastreiam as mais finas
Possibilidades de me satisfazer
E para a alma procurar dá o que comer.
Eu encontro velhas que se benzem
 Com o terço na mão,
Mastigo-lhes os dedos que trazem
A morte e a condenação.
Sinto fome...
Tenho fome de comer...
De comer gente,
De comer cabeças,
Pensamentos,
Corpos,
Corpus nus,
Bucetas,
Caralhos,
Cus...
Muitos cus
E as fezes...
Estou com fome.
 
Tenho fome de alma humana.
Minha barriga está vazia
Quando como um crente.
Logo me dá azia!
Se como um católico
Logo me vem um soluço
 
E me incha o bucho!
 
Tenho fome da alma humana.
Minha barriga está vazia.
Quando como uma televisão
Logo me dá uma congestão.
Se como alguma poesia,
 
Logo me causa agonia.
Tenho fome da alma humana.
Minha barriga está vazia.
Quando como uma puta.
A sociedade me amputa.
Se como um viado.
Eu sou vaiado.
Se como uma dama
Me colocam na lama.
Se como uma criança,
O mundo não tem mais esperança.
Socorro! Alguém me dê o que comer.
Peço-lhe um pouco de pão...
Pão da vida transfigurado no tabernáculo.
Esse pão não é o corpo de Cristo.
Quero outro corpo
Eu quero o corpo do homem...
Com todas suas misérias, com todas as suas chagas,
Com todas as suas glorias, seus gozos,
Seus prazeres, sua merda, sua dor,
Sua podridão, seus pecados, suas fodas,
Suas angustias, seus medos, sua solidão.
Quero comer todos os homens da terra
E quero ser comido por todos eles.
Praticarei o mais requintado canibalismo humano.
Mastigarei pedaços miúdos
E farei o maior banquete desde a santa ceia.
Comerei traidores, pescadores, cobradores de impostos,
Incrédulos, prostitutas, viados e toda sorte de gente.
Saciarei minha fome comendo tudo o que a humanidade me oferece.
Serei a maior boca do mundo e me tornarei
Todos os que engoli.
Depois darei um grande arroto em forma de poesia
E ascenderei ao paraíso e sentarei a direita de meu pai.
Olharei de cima para baixo,
Irei digerir tudo.
Defecarei lá de cima em todos vocês
 
E deixarei que experimente o que é a verdadeira merda do mundo.

Chico Carneiro
26/07/2013
12:30 hs
quarta-feira, 13 de novembro de 2013
Vício

Vício

 
Calado ainda me ponho
Ante teus passos deixados no meu peito.                      
Tento apagar com a poeira do meu coração,
Com a lágrima de terra seca que cai ainda.
Calado tento apagar as pueris brincadeiras
De rolar no chão e acabar em beijos, afagos...
Do frio desse chão que rolo só agora,
Devagueiam lembranças que apagar ainda tento.
E me apego a esse resto de você.
Seguro com força, com a máxima força;
Abraçando-te, beijando-te, rolando.
E de repente me bate o frio da dor
De abrir os olhos e saber que nada existe.
Você não esta lá e permaneço demasiadamente embriagado,
Dos pensados, beijos dados por ti.
E me embriago mais e mais.
O vício de ti já me corrói como a ferrugem
Como o ilícito das esquinas
E me deleito disso
E não quero deixar.
 
Chico Carneiro
 
 
 
 
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