terça-feira, 26 de novembro de 2013

MARIPOSAS



 
A noite saem
com perfumes caros
a sublimar o fedor das suas almas.
 
 
Roupas justas
Para não deixar escapar
a tristeza que as corroí.
Maquiagens coloridas,
a esconder o gris dos corações.

 
No rosto um ardente sorriso,
Disfarce...
De sua eterna melancolia.

 

Então, elas caem na esbórnia!

 

Bebem bebidas caras,
Fumam cigarros caros,
Cheiram cocaína cara,
E entregam ao outro
Seus corpos baratos...

 

Tornam-se objetos
E perdem o valor.
O valor humano,
O calor...
Entregam-se sem amor,
Apenas pelo prazer
De entregar,
Para assim ver
Seu vazio sublimar.

 

Depois de libidinosa noitada
E quentes amassos,
Voltam às suas moradas,
Ainda com gosto amargo:
na boca,
Com o corpo repleto
de porra
e uma alma vazia.

 

Então inicia-se um novo dia...

 

E a noite saem,
Com perfumes caros,
Roupas justas,
Maquiagens coloridas...
Sorrindo ao léu,
Rostos de porcelana...
Abraçando tudo que veem,
Chupando o máximo
Como um buraco negro estrelar
Vampirizando pessoas
Para o vácuo das suas almas
e a solidão dos corpos sublimar...

 

Pobres mariposas do mundo novo!

 

O que mais querem?
- Amor!

 

Por isso saem a caçar toda noite,
Em busca de amor,
Um amor que não conhecem,
Mas se veem nos filmes,
Nas novelas,
Ou sempre que ligam a TV.

 
Um amor líquido...
Que escorre pelas mãos
Assim como a porra
Que escorre de seus corpos!

 

[Carlos Dias 26/11/13 - 13:42]

0 comentários:

Postar um comentário

Copyright © 2013 Coletivo Chá das Cinco Todos os direitos reservados
Designed by CBTblogger @ themeforest. And Marcos Ellys