domingo, 20 de outubro de 2013

ODE A MORTE

 
 
Vem! Soturna
Calma e mansa,
Com teu beijo
Macio que quando
Sela seu encontro,
Detém-nos no mais 
Profundo prazer!

Oh, como é bela
A morte!

Só com a morte 
 dama enigmática 
Da noite, começamos
A compreender a vida
Breve devaneio de 
Extrema pequenez.

Não há vida sem morte
Tampouco há morte
Sem vida.

Então vem!
Vem completar o ciclo
Infinito mais uma vez,
Vem nos tirar da breve
Agonia da vida e
Apresentar-nos aos universos!

Vem nos tornar tudo, 
E também, o nada.

Mas enquanto não vens 
Fico aqui, temendo 
Dia após dia teu encontro
Sentindo a gélida noite
Angustiante no peito
Com uma vontade 
Tola, de entender
Daqui debaixo,
Tamanha grandeza!

Vem!
E corta o elo que 
Me liga a este lugar
Me liberta da 
Pseudo-consciência 
Do ‘’pensar’’
Tira-me da gaiola
E me lança à voar!

Vem!

Carlos Dias [10/10/13]

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