OS BONS DE VERDADES
OS BONS
DE VERDADES
Bem
aventurados os que plantam a verdade,
Pois deles,
vós verão sair as mais terríveis palavras,
As mais
temíveis verdades
E assombrosas
constatações.
Bem
aventurados aqueles que vivem o que dizem,
Pois esse
serão os mais solitários,
Os mais
odiados
E os
menos entendidos.
Sou
exatamente o contrário do que eles me pedem para ser.
Sou o
contrário, sou a força da correnteza,
Que arrasta
para fundo.
Para o
fundo da alma.
Mil
vezes me transformarei,
Mil vezes
eu mudarei.
Quando
me disserem pra ser homem:
Serei mulher...
Quando me
disserem pra ser honrado:
Serei vadio...
Quando
me chamarem de puta, então,
Serei santificado.
Sou eu
a santa puta,
A puta
que te pariu,
O macho
que te fudeu,
O pastor
que te demonizou,
A mãe
que te rejeitou
A família
que te esnobou,
A professora
que não ensinou,
A abelha
que te ferroou,
Sou eu
todas as misérias do mundo imundo.
Do beijo
acre e sem sal,
Com gosto
de cigarro,
Com gosto
metálico,
Vaporoso
hálito.
Eu sou
a charada nunca resolvida,
A tormenta
da hora de dormi
A angústia
de se está vivo e saber que vai morrer.
Eu sou
o tédio,
Eu sou
a doença que assusta,
A boca
que degusta todos os prazeres,
Que sorrir
com todos os pesares,
Que trepa
nos altares
Sem medo
de ir pro inferno.
Se
quiserem me ver de verdade,
Eu vos
digo:
Larguem
suas carapaças
E venham
proclamar a verdade incontestável dos fatos.
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